segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

a 40º celsius



Saiu
Deixando fala em parte
Nesta boca tola
Que em vão joga aos ventos
Flores e poemas.

Bateu a porta
Marcando a cara com lágrimas
Feriu de faca
O orgulho e o carinho.

Vestida de dor
Raiva e vergonha
De ter no coração tamanho absurdo
Apagou velhos agrados
E maldisse, mais uma das milhares
De vezes, a sorte

Vida, olhai
Afastai este sorriso que ensandece
Não dos olhos, posto que está longe
Mas desta romanesca memória
Ou seria, deste insaciado desejo?

Mais uma vez a velha história
Menina mimada
Caprichos
Quer porque quer
Vai ter?

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Onde está?


A gente escapa de correntes, da morte, mas para a felicidade o alvo está sempre na cabeça. Eu descobri dois minutos atrás que a cada vez que me sinto preocupada com futuro e coisas similares mais eu me distancio desse ar que inspiro e, mais ainda, toda vez que construo castelos fantásticos com areias de amanhã eu cuspo nesse lindo de pedras que piso. Não faço a menor idéia do porquê de estar falando disso agora se o que queria era comentar qualquer coisa a respeito de vazio, planos e ofensas pessoais.Só valorizamos o espaço preenchido enquanto vazio, só se sente o vento enquanto marcas na pele e só há suspiros pela flor murcha entre folhas de um diário. Eu queria sinceramente chorar um amor perdido, reprisar um amor esquecido, comentar um qualquer desejado, mas nada disso me pertence entre as mãos, então lá vem mais uma vez os planos encastelados, sujeitos às intempéries da minha vaga vida futura. E você, maldiga, xingue qualquer palavrão absurdo que te cale ou te esparrame os cinco dedos na face, por que qualquer risco de opinião agora é calúnia, e maldizer a sorte ou a presença de espaços a preencher é impaciência e falta de visão da realidade. Então, senta, ou melhor, viva e volte pra me contar.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

P A S S E I


só digo uma coisa... PASSEEEEEEEEI POOOOORRA! \o/

UFBA - Jornalismo! \o/

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

MINHAS PILHAS, a saga



Ei, dona moça
Pra aonde pensa que vai
Com essas pilhas no bolso?
De tranças na cara
A gente repara teu jeito malandro
E mesmo achando tudo muito sem graça
Senta, debocha, escracha
Empilha milhares de causos
De fatos, gracejos, atos
Só pra esperar a hora
A bendita hora
Que de lá da tua toca
Vai ter a sã idéia
De enfim
Devolver as MINHAS PILHAS.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

O sol que não quer sair


Ela arrumou duas grandes confusões sentimentais
E tratou de guardar tudo numa caixinha
De agonia e tormentas.

Ela cruzou os edifícios e por capricho não caiu
Mas agora berra ao ver de longe o que de perto pôde conferir
Outrora, agora só queria estar lá, mais uma vez canto a canto.

Ela precisou falar pros sete ventos um segredo tóxico
E cometeu alguns pecados a mais que os sete
Mas enfim, sorriu, e hoje treme na insegurança.

Ela vigia, confere, destrói
A si mesma, claro, com olhos prontos a chover
Diz em juras, jura que não diz, que não sente e chove.

Ela precisa de dois caminhos
Um mais incerto que o outro
Um mais surpreendente que aquele, todos para a graça.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

No lado esquerdo do peito, a flor.


O meu jardim outrora vazio está levemente colorido. É uma florzinha incerta ali no canto, perto de um monte de pedras que me impedem de toca-la com todo carinho que a devoto. Não sei se realmente é motivo para minha felicidade, uma vez que não se completou por inteiro o florir, mas como dizem as bocas ensaiadas, o que vale é ter uma flor. Pra ser sincera nem sei se é mesmo flor, pode ser só uma folhinha gaiata fantasiada para me enganar, mas o que sei é que eu sinto flor, então pra mim agora é flor. Mas não se vá, pequena. Não se afaste assim do meu alcance visual. Eu te queria aqui pertinho, aqui pra mim, no jardim todo, todo flor pra mim. Entro pela porta, espero na janela, fitando...

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Pelo pecado


Desmancha essa trança de braços e vem me mostrar
Num bruto silêncio escondido em qualquer riso bobo
Que é mesmo a hora certa pra errar a direção
Fazer valer todos os riscos e nadar no abismo desse abraço.

Eu já te expliquei as minhas desculpas
Troquei milhões de vezes a roupa, os sapatos, os olhares
Mas parece que você só se convence de que é dia
Que Deus conspirou, praguejou e saiu pela esquina.

Então só me resta te empurrar de vez pro meu mundo
Com todas as armas, até mesmo as de Jorge
Fazer você dançar no meu ritmo e esquecer qualquer pacto
Com anjos, bruxas ou olhos azuis.

Vem! Entregue-se às chamas das minhas mãos
Cruze o mundo mas não deixe essa lembrança sem existir
Faça disto o teu ponto continuativo
E no próximo parágrafo fale comigo.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

O ponto


Chegou a hora de dizer adeus aos planos, colocar tudo na velha mala e bater a porta. É sábio aquele que luta com todas as armas até o esgotamento, mas mais sábio ainda é o que percebe quando tudo está perdido e a única atitude coerente a se tomar é a desistência. Foi pensando assim que ele abandonou o barco. Seria menos dramático se não fosse as cenas do dia anterior, tantas palavras em navalha, fotos aos picotes pelo chão, lágrimas misturadas a berros e soluços enervados. Mas foi como deveria ser, as pessoas reagem de acordo com o que as perturbam, e se tinha um fato a ser admitido era que ele realmente manchara aquele amor rosa bebê com um vermelho escandalosamente vulgar. Não cabiam mais máscaras, a mentira estava fresca e desnuda. Por mais que a insignificância daquele ato fosse bradada aos sete ventos nada cala um fato. Se ela ao menos soubesse em quantos pedaços repartira seu gélido coração de homem valente, pensava... Mas ele sabia que ainda assim nada iria modificar muito. Ela era um ponto final; certa, decidida e muitíssimo orgulhosa. Voltar atrás seria como admitir que tudo que acontecera fosse extremamente natural e aceitável, mas não, não era! Então a porta bateu, num ronco melancólico pela casa silenciosa, enquanto lá dentro, olhando um par de meias presas em mãos trêmulas, uma lágrima rolava.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

retrato falado

Lá vai, Jhenni...

Uma hora: a noite (sim, eu também Jhenni)
Um astro: Zeca Baleiro
Um móvel: sofá da casa da minha avó
Um líquido: suco de maracujá
Uma pedra preciosa: diamante, afinal "Diamonds are a girls best friend " de preferência o "coração do mar" de Titanic
Uma árvore: mangueira * pela minha infância...
Uma flor: girassol (sim, eu também Jhenni 2) e de maracujá - tem outras
Uma cor: azul esverdeado (o "teal" do orkut, o "verde petróleo do MSN", a cor de alguns orelhões da Oi, é esse aí)
Um animal: urso panda >.<

Uma música: Balada do asfalto e todas as outras de Zeca - tem muuuuuuuuito mais
Comida: feijoada completa :9
Um lugar: Solar do Unhão
Um verbo: Sentir

Uma expressão: "Cê besta, moss" - saudade de Brumado i_i
Um mês: agosto

Um número: o 5 é bem simpático >.<
Um instrumento musical: piano e sax ( eu sei, mas é que gosto dos dois)
Estação do ano: primavera
Um filme: longa - O nome da rosa , curta - No passo da véia

Programa de TV: Programa do Jô
Uma revolta: Injustiça

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

"Mais uma de amor"


Chama tua banda
Que eu quero cantar
Sobre uma coisa
Que me aconteceu hoje
Ontem, aqui e em além-mar
Não tenho muita certeza
De como começou tudo isso
Só sei que fez um reboliço
E vem me tirando o ar.

Caricato por natureza
Esse sentimento, o sem sentido
Varre minhas veias
E me tira as lógicas
Mais uma vez as velhas botas
Traçando velhos caminhos
Não! Não! Não!

Mas traga-me o microfone
O megafone e todos os outros
Ou berro aqui mesmo
Até não restar mais cordas
Nem botas, nem caminhos

Ah! Eu quero vomitar esse amor
Vestido de vermelho febril
Tão concentrado que me mancha
A paz noturna
Ó céus! Traga-me todo o teu azul
Todo o azul oxigênio
Pois me sinto asfixiar
De amor.





p.s.: daria tudo pra ser o eu-lírico :X

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Bamboleou

*foto por Taiane Dantas ( http://www.flickr.com/photos/taidantas )

Roda roda pião
E me diz que horas são
Me canta se é cedo ou tarde
Se o amor está mesmo em toda parte
Que o meu corpo bobo
Bamboleia sem assombro
Ao te ver rodar assim
Majestoso e mostrando que no fim
Toda moça é meio pomba
Não resiste a um bom samba
Glórias glórias à ela se faz
Fazendo hora, na sola traz
Um quê de amor, feitiço e paz

"Me dê a mão, vamos sair, pra ver o sol"


Hoje eu canto baixo
Bem baixinho
No pé do ouvido
Pra acalentar
a minha doce menina.

Vem, pequena
Você que nunca teve medo do escuro
Segura firme a minha mão
E segue o farfalhar das borboletas
Com seus passinhos de boneca.

Eles te trazem baldes de fel
E o mundo é agridoce
Mas lá no fundo, anjo
No fundo do seu coração
Toda doçura está e para ti basta

Sinta a grama roçar seus pés
O vento brincar com seus cabelos
O sol fechar seus olhinhos
E no fim do dia, a lua iluminar seus sonhos
Vês? A vida pode ser tão suave, princesa

Então me abraça
Eu sou teu travesseiro, tua fada madrinha
Quem te viu chorar, sorrir, amar
Quem te trouxe até os dezoito
E hoje, quem te ensina a andar sozinha


quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Zoomorfização


Mordam a presa,
Feras indóceis,
Rasguem a carne
Ou simplesmente
Paralisem
Com esse veneno letal
Que brota de vocês.
Vão!
Fartem-se, pestes impiedosas
Já que tudo é motivo e
Sob qualquer deslize pra dentro da emboscada
Todos podem ir
Fatais, certeiros, famintos
Causando medo e temor
àqueles que arriscam virar as costas.
Peçanha de sobra
Eficazes predadores.
Às cascaveis causam inveja
Mas cuidado
É... falo como alerta
O círculo tem fim
E pode acabar aí, bem na sua cauda.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Alovoce

aurora alagoinhense - por Taiane Dantas


Esse é um apelo imoral e insensato. Você aí do outro lado, você que perde seu precioso tempo lendo essas tentativas de escrita, você mesmo, olha bem aqui pra mim, sério, olhe, tá me vendo, né? Pois bem... Agora são quatro da manhã, mais tarde – às 07:50h – eu tenho simulado no colégio, mas eu estou aqui, neste maldito/bendito computador, não pense você que é vagabundagem, né não, o caso é que eu não quero ouvir meus problemas agora, deitar é ouvir problemas. A cama é macia, o travesseiro então nem se fala, mas o resto é deveras áspero e incômodo. Agora é a hora que eu estou mais sensível a mim e eu não quero me deixar ferir por mim desta maneira agora não. Eu andei pensando em quanto está sendo diferente essa experiência de me conhecer, sempre estive acompanhada e poucas vezes curti andar de mãos dadas comigo. É estranho. Muito convívio assim comigo me causa certa ebulição de sentidos e sensações. O dia inteiro foi tranquilo mas agora está turvo. Eu fico vigiando as pessoas pelo orkut, saboreando suas felicidades, casais com fotos e declarações, amigos enchurrascando, gente muito viva, muito acompanhada. Não, eu não sou sozinha nem estou deprimida. Calma! É que eu só queria entender porque eu fico tão mexida assim, por que me sinto tão só? Então... voltando a você. Você gosta de ser você? Gosta de dormir e acordar com você? Faz isso sozinho (a)? Tem prazer nisso? Vive pensando nisso? Por favor sinalizem, eu preciso sair dessa vida de náufraga.

domingo, 4 de novembro de 2007

Troca de calores


O noivo chegou atordoado. Lançou as contas sobre a mesa, folgou a gravata que o sufocava e caiu como podre na poltrona. Aquele calor era deveras estressante. Pensou em todos os compromissos ainda por fazer e tirou uma gota generosa de suor da testa com sua mão rechonchuda. Quatro e meia. Olhou pela janela e viu as ondas de calor emergidas do asfalto. Infernal viver naquela cidade, pensava. Cinco. Nenhuma coragem. Olhou mais uma vez pela janela, suspirou, tentou tomar fôlego para levantar mas foi inútil. A camisa ensopada começava a grudar no corpo, a agonia tomava conta. Ainda assim a fadiga vencia qualquer desconforto. Cinco e meia. O telefone toca. Ele olha com grande irritação para aquele malquisto objeto de sua casa. Insiste o infeliz em tocar. O calvo acalourado resolve, movido pelo ódio fulminante, pular da poltrona, não para atender o maldito e sim para lança-lo janela afora. Os bons modos vencem. Era ela, Ela. Doce, interrogativa, vitimando-se, acarinhando, oferecendo cura. Fim de conversa. Seis, sete, oito. Planos largados e trocados por um delicioso e espumoso banho. Dádiva, bendito, glória! Sobrou ao cevado sorrisos. Toca, agora a campainha. Quanta irritação! Ódio infindo de sons incovenientes. Insistem, resistem, utilizam nós de mãos como apelação. Bufa de ódio, enrola na toalha e vai, pingando a casa toda. Ela, com um sorriso de “Olá, querido” rasgando todo o rosto o abraça, armadura perfeita para aquele nervoso esbraseado. Dois corpos n’água. Nove, dez, onze... O calor lá fora cessa, cá dentro abrasa.

sábado, 3 de novembro de 2007

Modernismos


Vamos combinar
definir, marcar
O passo.
Dois pra cá e pronto,
não se fala mais nisso.
Todo egoísmo rítmico
nenhuma divisão desfavorável
para mim, lógico.
Não é questão de egocentrismo,
não fale uma infâmia dessas,
é só a nova estratégia feminista do século,
algo muito parecido com armadura,
proteção, vacina,
você compreende,não?
Então! Larga tua flexa,
abaixa a cabeça,
venha com as pernas guardando o rabo...
E a bola? Bem baixa, muito baixa,
meu querido.
Ótimo! É assim que a gente gosta
É assim que a banda toca
E você tem que acompanhar
Vamos combinar
Dois
Dois pra cá!

domingo, 28 de outubro de 2007

Conversa de comadres


E nunca pense
que faço apologia
ao meu sentimentalismo descontrolado.
Não!
Só estou te mostrando
o lado bom
da minha moeda,
tentando te comprar – pode ser.
Porque o que eu quero é
deitar, rolar, ralar de amor,
sentir o cérebro corroer de culpa
por aquela ligação impulsiva,
o coração partir em mil,
masoquisar a vida
em trezentos amores semanais
ou eternizar a brisa
cheiro-de-rosa
num daqueles romanescos casais eternos.
Mas, minha cara,
entenda,
teu racionalismo tem prazo de validade,
dura até o duro virar líquido,
até você se derreter
e perder as rédeas.
Verás, acredite em mim, verás.
Quando estiver cega de amor.

sábado, 27 de outubro de 2007

Lançar-se


Entrou em seu vestido rubro
Disritmando qualquer tristeza
Na rua fez barulho
E fartou do vinho com justeza.

A sorte lida pela espanhola
Os planos para a noite enluarada
Tudo a postos, pássaro fora da gaiola
E hoje é dia da alegria escancarada!

Moçoilos aos xavecos
Deitam elogios desavergonhados
Mas será forte, espera
Difícil com tantos sussuros melados.

No último gole da madrugada
Quem és tu? Onde estou?
Deitada no peito em pêlos, atrapalhada
Mas satisfeita por tudo que restou.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Não se vá, menina


Hoje me apanhou subitamente a nítida certeza de que a maturidade está a postos em mim. Assisti a uma cena minha que de pronto me lançou numa reflexão perturbadora. Vinha do colégio, fatigada pelo sol tórrido alagoinhense a fritar meus miolos, quando reparei quatro colunas sustentando o teto da varanda de um bar que se encontrava fechado. Logo me veio a idéia de brincar agarrando cada um deles, deixar meu corpo girar ao seu redor, ir passando de um por um. Oh! Como seria divertido! Adoraria pôr em prática. Olhei em volta, havia pessoas. Que tristeza... Mas que nada! Danem-se as pessoas! Passou a primeira coluna. Ah! Mas tenho vergonha – pensei. Lá se foi a segunda. Mais uma olhada em volta, o pensamento me forçava a ver como seria delicioso folgar ali. Mais uma coluna passava. E depois a quarta. Acabou. Contive-me, repreendi meus ímpetos e não fiz nada. Acabava de sufocar minha criança interior. Caminhava, sem desviar o caminho, nem olhar pra trás, tampouco me arriscar. Aquilo me angustiou bastante. Quantas vezes disse que iria manter-me infantil o quanto pudesse, que mesmo adulta jamais mataria a Taiane criança. Mas não, a vida tem sua ordem própria, obedecemos às tendências psicológicas de cada idade. Talvez isso não seja essa tragédia toda que fiz e sim um sinal – positivo – de amadurecimento. Além disso não se pode continuar a agir como criança para sempre, seria tolice.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Um copo bem cheio de eu


Como dá trabalho ter este coração de menina-moça-mulher romântica. Eu sempre dou risada dos meus pezares. Quanta tolice! Sabe aquela que se deixa levar por marés boas e acariciar a alma por olhares pseudoapaixonados? Sou eu. A ligação pele-coração aqui é super eficiente. Até demais! Difícil é trocar de pele toda vez que o coração alarma perigo. Ai ai... este órgão pensa que manda, tão sem razão e ainda quer ter voz, como pode? Ninguém sabe... O que sei é a agonia de viver num despenhadeiro ora favorável ora desesperador. Ruim não é olhar lá pra baixo e ver o quanto meu corpo vai sofrer quando espatifado estiver e sim contemplar o céu azul tão lindo, pincelado de aves a planar, admira-lo tanto, tentar o tocar e ter por dentro a convicção do quão difícil isto é. Pois então... cada um tem lá suas pontadas internas, talvez esta seja a minha, mas não tenho certeza, nem sei se isso é mesmo um azar ou uma tristeza em demasia. Sentir-se assim é bom; desesperar, apertar o peito, alagar olhos, mirar o vazio numa lembrança que de tão doce arranca um risinho fino... Tudo isto nos ajuda bastante, tomar nosso sumo assim bem concentrado é uma dose perfeita de releitura pessoal. Momento ímpar.

Jhenni, do http://subindonotelhado.blogspot.com/ mandou...





1. pegar um livro próximo (PRÓXIMO, não procure);
2. abrir na página 161;
3. procurar a 5ª frase completa;
4. postar essa frase em seu blog;
5. não escolher a melhor frase nem o melhor livro;
6. repassar para outros 5 blogs.





Minha frase: " - Estiveste doente? - exclamou Jorge espantado."

O primo Basílio - Eça de Queiros





- quem quiser faz! :P

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Eu vi a tua Dolly!


Pode parecer coisa boba, raiva a toa, mas me irrita muito, me tira o salto! Consigo conceber criatividade deficiente, pouca inteligência, profundidade minguada; mas falta de personalidade é inconcebível! Não há nada mais “tapa na cara” do que ver sua idéia tronchamente estampada nos pertences doutrem. Assistir sua construção pousando de alheia na mão de um medíocre qualquer que, de tanto admirar seu feito e admitir para si próprio a impossibilidade de fazer algo similar por inspiração, resolveu “paraguaiar” sua lâmpada acesa cabeça acima; é de aumentar a pressão! Não se trata apenas de um capricho, por querer ser reconhecido pelo vanguardismo, não...não é isso. É questão de mérito, de ética, caráter. Não deixa de ser um furto, um vandalismo desavergonhado. Admirar, ovacionar, utilizar como base para uma obra futura, tudo isso é válido e lícito, mas xerocar é provocação. Sou de agüentar as raivas, medir palavras e ceder sempre um espacinho a mais, mas chega uma hora que o pote extravasa e não tem fineza certa! É como uma leoa defendendo a cria. Assim sou eu com minhas crias. Sempre fui e pelo andar da carruagem sempre serei. Não vejo mal algum nisso, é apenas uma maneira de garantir a legitimidade dos atos. E será que é tão difícil assim não copiar e arriscar algo próprio - ainda que ruim? Ou será que agora vou ter que patentear tudo? Ai ai...

domingo, 21 de outubro de 2007

Me nina, menina


A minha vida
na cadeia do pensamento
mãos, pés, língua
atados.
lágrimas em precipício
e tu com isso?
E eu, e nada
Abalos na estrutura
Gelatinando fibra por fibra.
Aquele ombro amigo
Em Footlight MT Light
Verde-petróleo
Macio, macio...
E nada.
Remédios não servem
Buscas inúteis
Eu preciso de mim
Isso sim
E só me encontro na cama
Boa noite.

sábado, 20 de outubro de 2007

Me abraça


Eu escrevi três textos, planejei falar de amor e sensações similares; mas não cabe. Comecei o dia bem, algumas conquistas materiais, felicidades. Só que é incrível como isso que tanto buscamos – felicidade – dura o instante exato de você inspirar, sentir e expirar.Só! O dia desenrolou e as verdades foram batendo na minha porta pouco a pouco. Ultimamente eu tenho me sentido assim, com vontade de fazer várias coisas ao mesmo tempo. Vontade de apertar alguém bem forte e não largar mais nunca, vontade de contar tudo que me passa pra alguém interessado, vontade de me sentir segura, vontade de não ter que voltar, vontade...vontade... Acho que no fundo eu só precisava disso, falar. Não consigo nem organizar nada hoje, vai do jeito que saiu. Ta difícil. 02:30, domingo,outubro, 2007...

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

E viro loba...


A madrugada é mesmo o berço das inquietudes psicológicas, digo porque me mostro em reviravoltas no desenrolar da ponte noite-dia. É difícil acreditar que neste horário tão produtivo as pessoas cismam em dormir. Veja só, dormir?! Não minha gente, como vocês são capazes? Este é o período do dia em que nós somos mais nós, no qual a negritude celeste facilita as ligações neurônicas e nos vemos impulsionados a aprofundar discussões – muitas vezes íntimas e solitárias. Pelo menos é desta forma que eu visualizo as horas posteriores à meia-noite. Como era de se esperar, este pequeno pensamento que vos trago foi tecido nas gélidas horas da antemanhã, enquanto procurava ingenuamente organizar alguns quebra-cabeças pessoais e deparando com a certeza de que nem tudo pode ser resolvido sozinho e pior, que quase tudo depende da boa vontade de Chronos, parei de digladiar com minhas âncoras – as quais minha personalidade, que tende ao drama, faz questão de manter a manutenção do aumento do peso - para degustar o frescor das três da manhã e conseqüentemente ir pouco a pouco caindo nos braços de Morpheu.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Clareando idéias turvas


Hoje Maristela acordou bem cedo. Debruçou-se sobre a janela e engoliu preguiçosamente o horizonte ainda sonolento. Sua cabeça estava em redemoinhos , sentimentos em revolta naquele pobre peito feminino, mas aquela aurora dava um tom ainda mais melancólico aos seus emaranhados sentimentais. É difícil definir o que a mexia, ora achava ser o fato de ter visto seu sonho acabado e a realidade devastadora a retirar o papel de parede deixando aparecer aquela vida tão cheia tédios; ora sentia-se estranhamente satisfeita por ter se livrado de algumas manchas cardíacas arroxeadas , feridas ridículas e medíocres. Suspiros a parte, lá estava ela, vendo Eos abrir o dia, tingindo o céu com seus róseos dedos, a pensar em qualquer solução para aquietar tantas pulsações descontroladas. Suas mãos delicadas a apoiavam o enigmático rosto, transparente e tão confuso quanto o interior. Ela precisava de uma solução qualquer para o dia seguir tranqüilo , ficar daquela maneira seria demasiadamente doloroso. Pensou, calculou, mediu, sentiu cada opção e se viu presa em mais um dilema: racionalizar seu sentimento ou provar a vida sem remédios? Não dava pra se desprender de tudo que a perturbava, por mais que pensasse nenhuma resolução seria suficientemente eficaz. Então deixou tudo assim como estava, o Sol a clarear os sentidos, a vida a traçar horizontes aleatórios e ela ali, a saborear tudo isso, de cara nua, sem véus nem passos medidos.

domingo, 7 de outubro de 2007

Meus olhos num domingo à noite






Eu preferia não cantar tristezas nesta noite de domingo
Tampouco falar de vazios interiores, lembranças cortantes
Não... definitivamente não queria
Mas há um firmamento em trajes negros
Cobrindo a cidade e cuspindo verdades inflamáveis
Um vento que espalha solidão pelas ruas e toca as feridas
É impossível não sentir, fechar os poros e passar intactos
E então, afetada fui, afetada estou faz tempos
As dores me comem pela beirada, cruamente numa ira sem fim
Eu me sinto partes, numa incompletude significativa
Talvez o desejo de lacerar seja supremo agora, ontem
Mas o abismo é pouco pro espaço que há aqui
Melhor seria o horizonte em colher farta
Isso sim... um rio de possibilidades
De luzes atraentes e histórias recheadas de vida
Muita vida para minhas depressões
E cortes?
Cicatrizantes eternos, ou não tão eternos assim
Apenas dormentes, aos olhos, ao coração
E agora é hora de dormir
de esconder dos pensamentos os desejos vãos
de mostrar ao coração os planos em verde musgo
de repousar o corpo e poupa-lo desta alma fervilhante.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Relatividades


E quando o ocaso vier,
Fazendo real
O cumprimento do dia que cai,
Acendendo brasas adormecidas,
Atiçando leões mornos,
Findando todo o concerto
De pássaros cândidos;
Eis que por um acaso,
Ou como queiram,
Conserto do destino,
Notas cálidas serão acentuadas,
A penumbra ascenderá
E fará das ruas
Assento da lua.
Mas nas janelas das moças,
Pobres moças!
Ficará do comprimento exato
Da solidão.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Ponto continuativo




E os planos que teci

embebedada num suspiro falso teu

hoje os dilacero

não por ódio ou desgosto

mas por falta de futuro.

De que adianata regar o estéril

berrar aos ventos, nadar contra a correnteza?

E é por isso que hoje eu derramo

o vazo cheio, eu entrego, rendo

dou o último passo e lanço no espaço

cada parte desta quimera.

Ó tola iniciação, ó pesares deixar-te.

Mas é o regaço que encontrei

para repolsar este pobre âmago.

E sobre este ponto continuativo

Recomeço falando de mim

tão somente de mim

eu eu-lírico, eu protagonista

eu corpo, eu alma

eu cuidados, eu trato

um eu por mim e mais ninguém

efêmero, decerto.

domingo, 30 de setembro de 2007

A volta da aflição




Me faz um favor? Some! Some e leve com você todos esses desejos que tu me despertas. Leve também todas as palavras doces que ousar pronunciar e me envolver novamente. É! Isso... Carregue tudo que me prende a ti, todos os teus encantos infames que me seduziram. Chega disso e dessas mentiras todas. Chega também de me fazer ficar deste jeito. Querer-te é absurdo! É absurdo maior ainda pensar em querer-te mais uma vez. Enfim... siga a sua reta e deixe a minha em paz! Já basta todos os desvios que tu me fizeste criar. Não...eu não quero isso pra mim, não mesmo! Será? É disso que falo, desta desestruturação, desta confusão psicosentimental na qual você me faz embrenhar. Ó céus, por que fizeste me perder desta maneira? Não posso mais nem saber quem sou eu, o que eu quero, o que eu estou sentindo e pensando. Perdi! Me perdi de mim nesta ânsia absurda por ti! Ai tranquilidade, ai controle, cadê vocês?

domingo, 23 de setembro de 2007

Entre o começo e o meio



Nós temos tanta sede de vida
Queremos o instante caudalosamente
Não nos basta a certeza do próximo passo
Somos angústia e exaltação
O próximo inspirar é a sentença
E temos pressa, não há porque parar agora
O vento sopra em várias direções
E qualquer que seja a correta
Os passos estão dados,os planos sobre a mesa
Um risco qualquer pra justificar toda nossa gana
Pelo que chamam de perder limites, mas nós preferimos
Aventura.
Ser a velocidade e estar acima dos cortes e das dores
Provar superpoderes e ir além
Além do tempo, espaço, rédeas
Além da nossa própria noção de além
Além da Terra e de todos as convenções
E por instinto nos lançar no abismo!

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Sobre o descontrole


E o não querer-te
Machuca muito mais
Que qualquer faca peito adentro.
Chorar por não poder
Por não te ter
E não poder sonhar em ter
Podar, cortar, controlar
Enlouquecer de vez
De toda forma
De medo e de proteção
Sofrer mais ainda.
Não é lúcido
Não tem como ser
Não seria absolutamente nada disso
Se fosse corretamente lógico
Fugiu! Foge! Sem controle
Perdi o controle, primeiro olhar bastou
Não dá mais, corrente
As forças e qualquer estratégia perdi
É. Incontestavelmente é.
Fichas, apostas, desejos
Até a vitória! – virá?

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Instantânea Simetria






E de mãos dadas com o destino

fui ao seu encontro.

Doce encanto ter-te ao limite dos olhos

dos toques, dos mais rubros desejos.

Suave querer-te assim infindo

sonhar com eternos dias - noites -

destes de encanto e suspiros

de olhar além de ti e ver o céu azul em festa

Fácil apaixonar;

simples trocar vãs esperanças por ti;

difícil deixar-te assim.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

embebedar-me




Eu te quero
Pecado diário
Veneno que vicia
A cada gole
Deslizando por pele macia
Deixando qualquer medo pra trás
Pulsando um sentimento de entrega

Não só em mente
Vazios pensamentos
Lembranças que enchem a boca d’água
Não! Não!
Anseio ter-te real
Carne, osso, suor, saliva
Cheiro, muito cheiro!

Qualquer vão deleite
De domingo à noite
Vários domingos
Noite, tarde, manhã
Dias, semanas, meses
Infinitos goles de ti
Sem temer, sem poupar, sem desperdiçar...

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Perecivelmente chama









Sentir-me assim me faz pensar

nos segundos antecedentes.



Pensar assim me faz temer

que todo sossego tenha prazo

que toda felicidade dure o tempo certo

pra você sentir e acabar.



Temer assim me faz chorar

me faz procurar em mim qualquer porto seguro

qualquer faísca de verde em brasas

qualquer caminho.



Chorar assim faz punir-me

por toda ingenuidade pueril

por toda esperança ridícula

por toda entrega em vão

por toda fraqueza



Punir-me assim me faz querer não acreditar
em mim e em tudo
pra sempre.



Não quero mais acreditar
sentir, pensar, temer, chorar, me punir
abro meus poros
sinto as lembranças
e ouço
"foi fugaz, garota
não é eterno! "

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Na janela, Julieta...



Enquanto vivo deparo com milhares de fantásticas e tentadores ofertas de felicidade. Acredito em muitas delas, aposto, entrego-me de corpo e alma.Muitas vezes vejo que tudo não passou de um sonho, que as pessoas sempre vêm cobertas de uma deliciosa cobertura de chocolate, mas que com o tempo a cobertura cai e um amargo recheio de jiló aparece, fazendo com que você se sinta mais uma vez desiludido e com medo de acreditar no próximo bombom que aparecer. Mas aí você descobre que por mais que as dores e decepções te fizeram sofrer, sempre que aparecer aquele tentador bombonzinho você vai acreditar que dentro dele tem sim um recheio delicioso de coco e que nunca vai aparecer nada parecido com jiló. Eis que me surge um novo ser coberto de chocolate, incrivelmente coberto de chocolate, perfeito, atendendo a todos os desejos do meu paladar, saciando por completo minha fome, apresentando uma belíssima aparência com milhares de sabores.E o medo? O medo vem também. Seria ele um falso bombom? Ou talvez um Romeu perfeito demais pra ser real? Não sei, só sei que me encanta a idéia de ser Julieta e que estou ansiosa para experimentar e descobrir o recheio!