terça-feira, 8 de maio de 2012

despetalando

Não cabe nenhuma história de amor alheia. Não tem espaço, desculpe. O coração vazio é terra infértil, é desacreditado, é mão que não se estende a nenhum lenço devolvido. Não adianta insistir. Não tem imaginação que consiga construir aqui dentro, neste pobre órgão em desuso, estes floridos casos de amor. Tá seco.Não bastam teus Romeus, sai pra lá com tuas Julietas. Chega de tanta cabeça flutuando em universos afora e aqui, ao alcance das mãos, a imensidão deste nada diário apertando o vazio. E enrola em panos, desmancha em prantos e resta só o clamor de um pedaço do corpo que quer viver a história, mas não tem o enredo.