quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Não se vá, menina


Hoje me apanhou subitamente a nítida certeza de que a maturidade está a postos em mim. Assisti a uma cena minha que de pronto me lançou numa reflexão perturbadora. Vinha do colégio, fatigada pelo sol tórrido alagoinhense a fritar meus miolos, quando reparei quatro colunas sustentando o teto da varanda de um bar que se encontrava fechado. Logo me veio a idéia de brincar agarrando cada um deles, deixar meu corpo girar ao seu redor, ir passando de um por um. Oh! Como seria divertido! Adoraria pôr em prática. Olhei em volta, havia pessoas. Que tristeza... Mas que nada! Danem-se as pessoas! Passou a primeira coluna. Ah! Mas tenho vergonha – pensei. Lá se foi a segunda. Mais uma olhada em volta, o pensamento me forçava a ver como seria delicioso folgar ali. Mais uma coluna passava. E depois a quarta. Acabou. Contive-me, repreendi meus ímpetos e não fiz nada. Acabava de sufocar minha criança interior. Caminhava, sem desviar o caminho, nem olhar pra trás, tampouco me arriscar. Aquilo me angustiou bastante. Quantas vezes disse que iria manter-me infantil o quanto pudesse, que mesmo adulta jamais mataria a Taiane criança. Mas não, a vida tem sua ordem própria, obedecemos às tendências psicológicas de cada idade. Talvez isso não seja essa tragédia toda que fiz e sim um sinal – positivo – de amadurecimento. Além disso não se pode continuar a agir como criança para sempre, seria tolice.

4 Comments:

. fina flor . said...

eu teria deslizado pelas colunas! Sério! vivo pagando micros por aí, mas adoro satisfazer esses pequenos desejos.

beijos, flor

MM.

ps: te linkei :o)

Jeniffer Santos said...

é...
se eu tivesse do seu lado,sem dúvidas vc ia fazer isso...pq eu ia fazer tb...liberaria sem medo a criança x)


não lembra...eu feito uma tonta pulando na pça rui barbosa p vc tirar ft?
hahahahh!

ai meo deos!


beijos xuxu!

*e qdo a criança quiser sair,deixa ela passear,isso faz tão bem!

O Inexorável said...

Concordo!
Como vc mesma disse, não se pode agir como criança pra sempre, seria tolice.

Alexandre Lucio Fernandes said...

Tolice é não viver. Mas eu mesmo me contradigo quando também impeço um pouco a minha criança surgir. E justamente em momentos assim como o seu. A vontade me aniquila, mas na hora algo me prende.

Mas por um lado tenho a certeza que deviamos liberar sim essa criança que nos afaga, e que não ligássemos para as pessoas ao redor. Sempre teremos a necessidade de sermos crianças a vida inteira, mas existem momentos em que essa psotura não se torna adequada, por questão de lógica as vezes. Mas na maioria das vezes, quando estamos conosco mesmo e em momentos livres e desimpedidos, devíamos esquecer o que nos arrodea e correr, pular, sorrir e sentir um pouco dessa alegria instaurada em nosso ser.

Nunca perca sua criança.
A felicidade sempre continuará.
;)

Beijos