terça-feira, 16 de outubro de 2007

Clareando idéias turvas


Hoje Maristela acordou bem cedo. Debruçou-se sobre a janela e engoliu preguiçosamente o horizonte ainda sonolento. Sua cabeça estava em redemoinhos , sentimentos em revolta naquele pobre peito feminino, mas aquela aurora dava um tom ainda mais melancólico aos seus emaranhados sentimentais. É difícil definir o que a mexia, ora achava ser o fato de ter visto seu sonho acabado e a realidade devastadora a retirar o papel de parede deixando aparecer aquela vida tão cheia tédios; ora sentia-se estranhamente satisfeita por ter se livrado de algumas manchas cardíacas arroxeadas , feridas ridículas e medíocres. Suspiros a parte, lá estava ela, vendo Eos abrir o dia, tingindo o céu com seus róseos dedos, a pensar em qualquer solução para aquietar tantas pulsações descontroladas. Suas mãos delicadas a apoiavam o enigmático rosto, transparente e tão confuso quanto o interior. Ela precisava de uma solução qualquer para o dia seguir tranqüilo , ficar daquela maneira seria demasiadamente doloroso. Pensou, calculou, mediu, sentiu cada opção e se viu presa em mais um dilema: racionalizar seu sentimento ou provar a vida sem remédios? Não dava pra se desprender de tudo que a perturbava, por mais que pensasse nenhuma resolução seria suficientemente eficaz. Então deixou tudo assim como estava, o Sol a clarear os sentidos, a vida a traçar horizontes aleatórios e ela ali, a saborear tudo isso, de cara nua, sem véus nem passos medidos.

1 Comment:

subliterato said...

ehehehh.. eita essa maristela viu.. foi de uma amável criança feliz pra uma mulher reflexiva das estranhas coisas q ñ se pode pegar.. texto supimpa! eXala feminices, e guarda segredos próprios q nunca ei de entender..espero..hihi
massa Tatá!

Ps:. mas o q é 'Eos'?!